Em meio a pessimismo global, BC anuncia 1ª venda direta de dólares desde 2009

Corresponde à venda de reservas

Haverá também leilão de swap reverso

Posição cambial líquida ficará igual

Segundo o BC, a mudança não altera sua política cambial 'pautada no câmbio flutuante, sem prejuízo da atuação da Autarquia em busca da manutenção do regular funcionamento do mercado'
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Após o dólar bater R$ 4 nesta 4ª feira (14.ago.2019), o BC (Banco Central) anunciou uma mudança em sua atuação no mercado de câmbio, com a realização de leilões de dólares à vista –ou seja, venda de parte das reservas internacionais– e swaps reversos.

A oferta direta da moeda norte-americana não era utilizada pelo Banco Central desde fevereiro de 2009, na esteira da crise financeira. Hoje, as reservas internacionais somam US$ 388 bilhões. O instrumento visa aumentar a oferta de dólares no mercado e, consequentemente, reduzir a cotação.

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Nesta 4ª, uma onda de pessimismo tomou os mercados globais após dados econômicos na China e Alemanha aumentarem o medo de uma recessão mundial.

De 21 a 29 de agosto será realizada a venda de US$ 550 milhões à vista de forma simultânea à oferta em montante equivalente em swaps reversos. O objetivo é rolar contratos de swaps cambiais tradicionais no valor de US$ 3,8445 bilhões que venceriam em 1º de outubro. Como as operações ocorrerão de forma casada, a posição cambial líquida permanecerá inalterada.

“Considerando a conjuntura econômica atual, a redução na demanda de proteção cambial (hedge) pelos agentes econômicos por meio de swaps cambiais e o aumento da demanda de liquidez no mercado de câmbio à vista, o Banco Central do Brasil comunica que, para efeito de rolagem da sua carteira de swaps, implementará a oferta de leilões simultâneos de câmbio à vista e de swaps reversos”, diz o BC em comunicado.

Segundo a autoridade monetária, a atuação “objetiva que, ao final do período, sua posição cambial líquida, dada principalmente pelo montante de reservas internacionais líquido da carteira de swaps, permaneça inalterada”. 

Coloca, ainda, que a mudança não altera sua política cambial “pautada no câmbio flutuante, sem prejuízo da atuação da Autarquia em busca da manutenção do regular funcionamento do mercado”. 

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